O pedido foi encaminhado ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pela prisão do deputado no final de março. Além de Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o delegado de polícia Rivaldo Barbosa também foram detidos temporariamente sob a acusação de planejarem a morte de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
A defesa de Brazão alega que a transferência para Brasília possibilitaria a sua participação nas sessões do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que iniciou um processo de cassação do parlamentar no último dia 15. Os advogados de Brazão afirmam que ele precisa comparecer ao Congresso para defender a manutenção de seu cargo.
Além disso, a defesa argumentou que a presença do deputado nos atos instrutórios no STF seria mais viável se ele estivesse na capital federal, evitando constantes deslocamentos entre Campo Grande e Brasília. O inquérito da Polícia Federal sobre o caso indica que Brazão teria direcionado verbas para obter vantagens indevidas, com recursos destinados a uma ONG ligada a sua família e suspeitas de lavagem de dinheiro através de transações imobiliárias.
Em delação premiada à PF, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou que os irmãos Brazão planejavam lucrar até R$100 milhões com a morte de Marielle, envolvendo atividades ilegais na zona oeste do Rio. A transferência de Chiquinho Brazão para Brasília ainda aguarda decisão do ministro Alexandre de Moraes, em meio às investigações em curso sobre o caso.