Neste pedido de adiamento, os advogados de Bolsonaro alegam que a quantidade de provas apresentada no caso é extremamente ampla, o que cria dificuldades técnicas significativas para que a equipe consiga baixar todo o material necessário de forma eficiente. Em um exemplo calculado pela defesa, considerando uma velocidade de internet de 500 Mbps, eles estimam que apenas o download dos arquivos compactados levaria cerca de 178 horas de downloads ininterruptos, o que corresponderia a mais de uma semana caso não ocorressem erros técnicos. Essa situação torna inviável o acesso ao material antes do início das audiências, o que, segundo a defesa, comprometeria o direito à ampla defesa.
Este é o segundo pedido formal da defesa para postergar as oitivas. O novo requerimento ainda será analisado pelo ministro Moraes, que fará uma avaliação sobre a necessidade e as implicações desse adiamento. Durante as audiências, estão previstas 82 testemunhas, incluindo figuras de destaque como o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, e o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.
O caso em questão revolve o chamado “núcleo crucial” que, segundo a acusação, perpetrou uma tentativa de golpe à luz dos acontecimentos pós-eleitorais de 2022, com o intuito de barrar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e prolongar a permanência de Bolsonaro no poder. A complexidade e a abrangência do caso refletem não apenas a gravidade das acusações, mas também a relevância de um julgamento que pode ter implicações profundas para a democracia brasileira.