Defesa de Anderson Torres pede arquivamento de inquérito sobre omissão em Brasília: “Não há evidências de negligência”

O ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, teve sua defesa apresentando um pedido para que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquive o inquérito no qual Torres é investigado por omissão nos eventos ocorridos em 8 de janeiro em Brasília. A defesa argumenta que Torres não recebeu nenhum relatório de inteligência alertando sobre os riscos de invasões a prédios públicos antes de sua viagem aos Estados Unidos e, assim que tomou conhecimento da depredação, entrou em contato com seu substituto para monitorar a situação.

Os advogados também contestam a alegação de que Torres teria admitido na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que recebeu um relatório prévio sobre a possibilidade de manifestações violentas. Segundo a defesa, Torres jamais admitiu que o relatório tenha sido entregue a ele pela subsecretária antes de viajar. Em seu depoimento à CPI Distrital, ele afirmou não se recordar desse informe e que não teve acesso a ele.

O pedido feito pela defesa destaca que o procurador da República, Carlos Henrique Martins Lima, concluiu que não havia elementos suficientes para comprovar que Torres agiu de forma intencional para permitir ou facilitar as invasões e depredações. Portanto, a solicitação é pelo arquivamento do inquérito, alegando não haver evidências de omissão ou negligência por parte de Anderson Torres. Além disso, é requerido que as autoridades policiais colham o depoimento do tenente-coronel Rosivan Correia de Souza, que confirmaria que o ex-ministro não teve acesso ao relatório antes da viagem.

Em relação ao caso, Anderson Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023 e permaneceu detido por quase quatro meses, sendo liberado em 11 de maio de 2023. Sua soltura foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs diversas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de sair do Distrito Federal e de sair de casa à noite e nos finais de semana, e o afastamento temporário do cargo de delegado da Polícia Federal, com a obrigação de comparecer semanalmente à Justiça.

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