Os advogados também contestam a alegação de que Torres teria admitido na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que recebeu um relatório prévio sobre a possibilidade de manifestações violentas. Segundo a defesa, Torres jamais admitiu que o relatório tenha sido entregue a ele pela subsecretária antes de viajar. Em seu depoimento à CPI Distrital, ele afirmou não se recordar desse informe e que não teve acesso a ele.
O pedido feito pela defesa destaca que o procurador da República, Carlos Henrique Martins Lima, concluiu que não havia elementos suficientes para comprovar que Torres agiu de forma intencional para permitir ou facilitar as invasões e depredações. Portanto, a solicitação é pelo arquivamento do inquérito, alegando não haver evidências de omissão ou negligência por parte de Anderson Torres. Além disso, é requerido que as autoridades policiais colham o depoimento do tenente-coronel Rosivan Correia de Souza, que confirmaria que o ex-ministro não teve acesso ao relatório antes da viagem.
Em relação ao caso, Anderson Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023 e permaneceu detido por quase quatro meses, sendo liberado em 11 de maio de 2023. Sua soltura foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs diversas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de sair do Distrito Federal e de sair de casa à noite e nos finais de semana, e o afastamento temporário do cargo de delegado da Polícia Federal, com a obrigação de comparecer semanalmente à Justiça.