De acordo com a defesa, as acusações dirigidas a Ramagem não estão diretamente relacionadas à sua atuação na Polícia Federal, o que, segundo eles, não justificaria a punição administrativa imposta. A argumentação do advogado também se estende ao questionamento das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Cintra critica especificamente as evidências que supostamente conectam o deputado ao uso de uma ferramenta conhecida como FirstMile, operada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele destaca que os registros mencionados nos autos, que indicam acesso à sede da Abin, não provam que houve de fato uma interação com o sistema da agência.
Vale lembrar que Ramagem foi sentenciado a 16 anos e um mês de prisão devido à sua atuação como diretor da Abin durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na mesma data, a defesa de Bolsonaro também apresentou embargos de declaração ao STF, alegando que houve cerceamento de defesa durante o processo judicial.
Os advogados do ex-presidente manifestam preocupação com a quantidade de provas fornecidas—mais de 70 terabytes—considerando que o tempo disponibilizado para análise foi insuficiente. Eles classificam a delação do tenente-coronel Mauro Cid como “viciada e contraditória”. Em decorrência de sua condenação, Bolsonaro enfrenta uma pena de 27 anos e três meses de prisão, além de um curso de 124 dias de multa.
Esses desdobramentos evidenciam um cenário jurídico complexo, onde figuras proeminentes da política nacional se veem envolvidas em um emaranhado de acusações e estratégias de defesa. A repercussão deste caso pode ter impactos significativos na atual conjuntura política do Brasil, à medida que o STF passa a deliberar sobre os recursos apresentados.









