Defensoria do DF denuncia página por discriminação contra pessoas em situação de rua em Taguatinga; Polícia investiga.

A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) denunciou a página Taguatinga da Deprê por aporofobia e discriminação. Segundo a entidade, o perfil tem realizado postagens nas redes sociais com conteúdo preconceituoso e estigmatizante contra pessoas em situação de rua em Taguatinga, além de promover uma campanha pública contra o Centro Pop, que é uma unidade de atendimento para essa população.

De acordo com o Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da DPDF, o perfil Taguatinga da Deprê realiza postagens mentirosas e preconceituosas, associando as pessoas em situação de rua a crimes na região. Em diversas postagens, o autor chega a afirmar que a maioria dessas pessoas são dependentes químicos e praticam crimes para sustentar o vício.

A denúncia da Defensoria reúne diversas postagens do perfil ao longo dos meses, evidenciando a constante propagação de discursos discriminatórios. Além disso, o responsável pela página teria realizado uma manifestação contra a população em situação de rua e o Centro Pop em agosto deste ano, sem apresentar provas ou exemplos que embasassem suas acusações.

A Polícia Civil do DF abriu um inquérito para investigar o caso, que também foi encaminhado para diversas instâncias do governo local, como a Procuradoria-Geral do DF e as secretarias de Justiça e Cidadania e de Desenvolvimento Social. A Administração Regional de Taguatinga ressaltou a importância do exercício da liberdade de expressão de forma responsável e encaminhou o caso para análise de outras autoridades.

Em resposta às acusações, o administrador da página, Ricardo Castro, classificou as medidas tomadas como perseguição política. Ele negou ter cometido aporofobia e defendeu seu direito à liberdade de expressão. O advogado alegou estar lutando pela segurança pública da cidade e criticou o Centro Pop, afirmando que a unidade causa transtornos à região.

O caso levanta debates sobre a linha tênue entre liberdade de expressão e discurso de ódio, bem como a importância de se combater o preconceito e a discriminação, especialmente contra grupos vulneráveis, como a população em situação de rua.

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