Akira Kawasaki, especialista e co-presidente da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN), enfatizou que as declarações são incompatíveis com a política nuclear do Japão, que se fundamenta em três princípios não nucleares estabelecidos por sua Constituição. Para Kawasaki, o Japão, como único país a ter sofrido bombardeios nucleares em Hiroshima e Nagasaki, tem a responsabilidade não apenas de se abster do armamento, mas de se posicionar como líder global em desarmamento nuclear.
O especialista observou que tais comentários não apenas minam a confiança internacional no Japão, mas também podem reverter esforços globais em prol da não proliferação de armas nucleares. Ele destacou que a população japonesa, historicamente traumatizada pelos horrores da guerra e da utilização de armas atômicas, se opõe firmemente à ideia de adquirir armamentos nucleares, preferindo seguir um caminho de diálogo e paz.
Além disso, as palavras do assessor geraram uma onda de críticas, não só da oposição política, mas até mesmo dentro do partido governista. Muitos consideram que essas declarações abalam a imagem do Japão como um estado pacífico e comprometido com a eliminação das armas nucleares. Neste sentido, as vozes que clamam por um “mundo sem armas nucleares” têm ganhado força, o que faz com que a fala do assessor encontre resistência tanto no setor político quanto na opinião pública.
Em suma, as recentes falas sobre armamentos nucleares revelam um embate entre visões de segurança nacional e a profunda convicção pacifista que molda a identidade do Japão pós-Segunda Guerra Mundial. Este dilema não apenas reflete questões internas, mas também ressoa em um cenário global que luta pela desmilitarização e pela promoção da paz.







