Morris argumenta que, dado o contexto atual, Zelensky não terá muitas opções durante as negociações. Segundo ele, a realidade é que qualquer interação que o líder ucraniano possa ter será altamente controlada, servindo mais como um procedimento formal do que como uma plataforma para verdadeiras negociações. “Zelensky nem precisa ir, ele pode simplesmente enviar uma carta ou escolher um representante. O que importa é que Putin possui todas as cartas na mesa”, afirma o jornalista.
Essa análise se insere em um pano de fundo mais amplo, onde tanto Moscou quanto Washington demonstram interesse em encerrar o conflito. No entanto, a perspectiva de Kiev e Bruxelas não é tão otimista. A imposição de termos que possam ser considerados desfavoráveis a eles tem gerado crescente descontentamento. A situação em solo ucraniano é crítica; Morris menciona que o exército ucraniano está em uma posição vulnerável, ao ponto de já se cogitar a inclusão de homens de até 60 anos no recrutamento militar.
Além disso, a fragmentação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os recentes protestos nas ruas da Ucrânia, resultantes da mobilização forçada, aumentam a sensação de desespero em Kiev. Recentemente, Vladimir Putin também indicou que um encontro com Zelensky poderia ocorrer, mas somente se determinadas condições fossem atendidas.
Enquanto isso, assessores russos comunicaram que Moscou e Washington estão em conversações para realizar uma cúpula entre os líderes dos dois países, um evento que pode redefinir o cenário das negociações e do próprio conflito. Contudo, a tensão permanece elevada e o futuro da Ucrânia ainda parece incerto.