Em comunicado, a Transparência Internacional destacou que as anulações frequentes de condenações por corrupção em larga escala minam consideravelmente a credibilidade do STF. Além disso, a organização fez menção à denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, ressaltando que a decisão de Toffoli ocorre em um momento crucial em que a Suprema Corte está prestes a julgar o antigo mandatário, demandando assim máxima legitimidade.
Na última quarta-feira, o ministro Dias Toffoli decretou a nulidade de todos os atos relacionados às investigações e processos da Lava Jato envolvendo Antônio Palocci, incluindo a fase pré-processual. Essa medida beneficiou não apenas o ex-ministro, mas também outros réus como o ex-presidente Lula e empresários envolvidos em escândalos de corrupção.
A Transparência Internacional criticou as decisões de alguns ministros do STF e a omissão de outros, alegando que tais atos garantem impunidade a corruptos poderosos, representando uma ameaça real ao Estado democrático de direito no país. O ministro Toffoli foi alvo de críticas por estender benefícios a diversos réus, incluindo Palocci, e por apontar falhas no processo conduzido pelo ex-juiz Sérgio Moro.
Antonio Palocci, que firmou um acordo de colaboração premiada, delatou um esquema de propinas milionárias envolvendo políticos e empresas. A decisão de Toffoli levantou debates sobre a integridade e a eficácia do sistema judicial brasileiro, questionando o compromisso com o combate à corrupção em níveis macro. A sociedade espera por respostas e ações concretas que restabeleçam a confiança na justiça e na transparência das instituições.