Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Vinicius destacou que o modelo virtual pode resultar em decisões imprecisas e inseguras, reduzindo a margem de acerto da avaliação. Ele ressaltou que a banca presencial é mais humanizada e proporciona uma interação mais próxima entre os candidatos e os membros da comissão.
As bancas virtuais foram criadas para coibir fraudes no sistema de cotas da USP, sendo uma conquista do movimento negro na universidade. No entanto, a demora na apuração dos casos e a falta de punição efetiva levaram a Defensoria Pública a entrar com ação na Justiça para obrigar a instituição a realizar as averiguações de forma presencial, especialmente nos casos em que há dúvidas sobre a identidade racial dos candidatos.
Em 2024, a USP foi processada por alguns estudantes que tiveram suas matrículas negadas após passarem pelas bancas virtuais. Os casos de Alison dos Santos Rodrigues e Glauco Dalalio do Livramento ilustram a controvérsia em torno desse método de avaliação.
Apesar de o reitor Carlos Carlotti Junior ter se comprometido publicamente a tornar o processo de avaliação presencial para todos os vestibulares, a universidade anunciou em julho deste ano a manutenção do modelo online, mesmo para a Fuvest. A decisão foi criticada pelo defensor Vinicius, que aponta a necessidade de aprimorar o processo para garantir a eficácia da política de cotas e evitar questionamentos da opinião pública.
A Defensoria busca, por meio de ação judicial, realizar as bancas presenciais nas primeiras semanas de aulas, garantindo aos alunos uma matrícula provisória antes da análise e a definitiva após a confirmação. Apesar do pedido liminar ter sido negado, Vinicius afirma que irão recorrer da decisão após o recesso judiciário.









