Debate aponta que as Olimpíadas do conhecimento são oportunidades de crescimento para estudantes e para o país.



As Olimpíadas do Conhecimento são consideradas por seus participantes como um instrumento capaz de modificar vidas e o futuro do país. Essa foi uma das principais conclusões da audiência pública promovida nesta quinta-feira (24) pela Comissão de Educação (CE), que discutiu a importância de instituir o Dia Nacional das Olimpíadas Científicas e do Conhecimento, previsto no PL 3.650/2023, do senador Astronauta Marcos Pontes.

De acordo com o senador, o Brasil já possui mais de cem temas de olimpíadas científicas, abrangendo diversas áreas do conhecimento. A criação da data visa promover e valorizar essas olimpíadas como ferramentas de incentivo à pesquisa, à inovação e à formação de jovens talentos. Para o senador, é fundamental motivar os jovens para a educação e para as carreiras de ciência e tecnologia, e as olimpíadas do conhecimento desempenham um papel importante nesse sentido.

Durante o debate, Marcos Pontes anunciou que vai apresentar um novo projeto de lei para incentivar estudantes. Trata-se da Bolsa de Iniciação Científica Estudantil, a ser concedida aos alunos da educação básica que se destacarem em competições acadêmicas e científicas de abrangência nacional. O senador enfatizou a importância de engajar os estudantes e valorizar suas conquistas nessa área.

Leonardo da Costa Meireles, coordenador da Olimpíada de Medicina Vitalis e integrante do Instituto Vertere, destacou que as olimpíadas do conhecimento podem contribuir para combater o desinteresse dos alunos pela escola, um problema recorrente no Brasil. Ele enxerga as olimpíadas como uma porta para aproximá-los de oportunidades maiores e grandiosas, além de serem uma política pública de educação ímpar.

Já o professor Jean Carlos Antunes Catapreta, coordenador da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), defendeu a institucionalização das olimpíadas do conhecimento como política pública. Ele ressaltou a importância desses eventos para promover o engajamento dos estudantes em todas as áreas do ensino.

A questão de gênero também foi abordada durante a audiência. A professora Nara Martini Bigolin, coordenadora do Movimento Meninas Olímpicas, destacou a importância de aumentar a participação das mulheres em espaços de poder, por meio do incentivo à participação igualitária das meninas em olimpíadas de conhecimento. Ela pediu apoio para aprovar o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 28/2023, que cria o Prêmio Meninas Olímpicas.

Outro ponto levantado foi o baixo investimento nas olimpíadas do conhecimento em relação ao retorno que elas proporcionam. Daniel Lavouras, diretor de Inovação da Editora Serena, citou o exemplo da cidade de Cocal dos Alves, no Piauí, que teve sua realidade transformada após incentivar os alunos a participarem da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Ele sugeriu a criação de uma frente parlamentar em favor das olimpíadas do conhecimento.

Silvana Copceski Stoinski, ex-coordenadora do Programa Olímpico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ressaltou a importância das bolsas de iniciação científica e das olimpíadas como ferramentas de motivação para os alunos. Ela ressaltou a necessidade de levar esses eventos para escolas em áreas indígenas, no campo e em comunidades quilombolas.

A audiência contou também com a participação de João Batista Garcia Canalle, coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e da Mostra Brasileira de Foguetes, e do estudante João Vitor Garcia Geiss, aluno do 8° ano do Fundamental II e multimedalhista olímpico.

Diante desses argumentos, fica evidente a importância de instituir o Dia Nacional das Olimpíadas Científicas e do Conhecimento no calendário nacional como forma de valorizar, incentivar e promover a participação dos estudantes nesses eventos.

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