No cenário preocupante da violência sexual, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, registrou atendimento a 216 vítimas somente neste ano. Os dados divulgados pelo Serviço de Epidemiologia Hospitalar revelam que a maioria esmagadora, representando 83% dos casos, é do sexo feminino, enquanto os 17% restantes correspondem a gays, travestis e transexuais.
Um fato alarmante é que as vítimas abrangem uma ampla faixa etária, desde crianças com menos de 1 ano até idosos acima de 80. A incidência mais alta está entre jovens de 10 a 14 anos, representando 41% dos casos notificados. Além disso, chama a atenção que a faixa etária de 1 a 19 anos concentra 86,6% das vítimas de violência sexual.
Quanto à escolaridade das vítimas, é angustiante observar que a maioria possui apenas Ensino Fundamental incompleto, somando 53% dos casos. O cenário se complica ainda mais ao constatar que 18% dos agressores são desconhecidos, enquanto amigos, conhecidos e pessoas com outros vínculos somam 71 casos.
Os números alarmantes evidenciam a importância de campanhas de conscientização e prevenção da violência sexual. A psicóloga Yanna Albuquerque, coordenadora da Área Lilás do HEA, enfatizou que toda a sociedade deve estar atenta aos sinais de violência, buscando formas de denunciar e proteger as vítimas. Por sua vez, a assistente social Ana Lúcia Alves ressaltou a necessidade de ações efetivas para combater esse problema social.
É preciso enfrentar o tabu da violência sexual, que segue vitimando centenas de pessoas em todo o país. O HEA, por meio da Área Lilás, tem desempenhado um papel fundamental no acolhimento e no encaminhamento das vítimas, contando com uma equipe capacitada e sensível para lidar com esses casos delicados. A sociedade como um todo precisa se unir contra esse tipo de violência, garantindo apoio e proteção às vítimas que tanto necessitam.
