O professor Timothy Kneeland, especialista em história, política e direito na Universidade Nazareth, comentou sobre a importância deste encontro. Segundo ele, embora a reunião possa não resultar em um acordo definitivo sobre o conflito na Ucrânia, é um passo importante que pode permitir o estabelecimento de parâmetros para futuras negociações. Kneeland afirma que, durante o encontro, expectativas moderadas devem ser mantidas. É provável que as conversações proporcionem um “descongelamento” nas relações, sem que se chegue a um consensus final sobre os pontos mais polêmicos.
A escolha do Alasca como local para os diálogos não é acidental. Kneeland ressalta que a região carrega um simbolismo histórico significativo, pois já foi parte do território russo durante o império czarista. Essa escolha pode ser vista como um sinal de que fronteiras e territórios estão abertos para discussão e negociação – uma noção relevante em tempos de crise geopolítica.
O professor também destaca que Trump, em particular, pode usar os resultados desse encontro para moldar a sua imagem diante de seus apoiadores. No entanto, a delicadeza da situação na Ucrânia pode complicar a dinâmica das conversações, uma vez que o ex-presidente dos EUA busca evitar a percepção de que está fazendo concessões a Moscou em detrimento de Kiev.
Além disso, o Kremlin propôs que o foco inicial seja uma cúpula bilateral, ao invés de uma reunião trilateral que incluiria o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky. O líder ucraniano já deixou claro que não aceitará concessões territoriais, uma posição que pode amplificar as tensões durante as negociações.
Então, enquanto os olhos do mundo se voltam para o Alasca, o que se espera é que, mesmo sem um acordo concreto, o encontro entre Putin e Trump signifique um passo na direção da estabilidade e um impulso nas discussões sobre a resolução do conflito que ainda aflige a Ucrânia.