Cúpula do G20 inicia com acordos relevantes, declarações sobre fome e dissidências entre líderes, destacando desafios globais contemporâneos.

No primeiro dia da Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, os líderes das vinte economias mais poderosas do mundo se debruçaram sobre questões fundamentais que afetam a economia global, o meio ambiente e a segurança alimentar. A reunião, que ocorre em um contexto de grandes desafios econômicos e sociais, resultou em intensos debates e algumas divergências entre os participantes.

Durante a abertura da 2ª Sessão, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes sobre a necessidade de reformas institucionais para que o G20 se alinhe com a nova ordem mundial. Lula enfatizou que, em momentos críticos, as priorizações globais têm falhado em atender às necessidades da população. “Optou-se por salvar bancos em vez de ajudar pessoas e por socorrer o setor privado em vez de fortalecer o Estado”, afirmou, apontando para a crescente desigualdade e a falta de recursos para os países em desenvolvimento.

A Cúpula também trouxe à tona a posição da Argentina, com o presidente Javier Milei enfrentando reações ao anunciar sua intenção de retirar o país do pacto contra a fome da ONU de 2030, após hesitar para assinar o compromisso global. Essa declaração surpreendeu muitos, dada a importância do tema na agenda internacional.

Em meio a essas discussões, ministros de Lula se reuniram com a imprensa para discutir avanços em acordos bilaterais, entre os quais se destaca a aquisição de gás natural da Argentina. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a colaboração entre os dois países e a importância da consciência ecológica na transição energética, que deve ser uma prioridade global.

O ministro de Reforma Agrária, Paulo Teixeira, enfatizou a relevância da agricultura familiar no combate à fome e na promoção da sustentabilidade, referindo-se a este dia como “histórico” para o Brasil. A agricultura familiar é vista como uma peça chave na construção de soluções duradouras para os problemas alimentares e climáticos que o mundo enfrenta.

Essas discussões no G20 revelam não só os desafios da governança global, mas também a necessidade urgente de uma abordagem que priorize a equidade e a inclusão, permitindo que as vozes dos países em desenvolvimento sejam ouvidas em meio a um mundo em rápida transformação. O sucessivo diálogo entre líderes e ministros reafirma a importância de um compromisso conjunto para enfrentar crises globais, como as mudanças climáticas e a insegurança alimentar.

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