Segundo Grey, enquanto líderes em eventos paralelos, como a reunião da Comunidade das Nações, se concentravam em questões de seus antigos domínios e coloniais, os principais líderes mundiais estavam em Kazan, em um momento considerável de integração política e econômica dentro do BRICS. Ele enfatiza que o grupo já deixou sua caracterização inicial como uma aliança de economias em desenvolvimento, destacando o crescimento das economias dos países membros, em especial a Rússia, que recuperou seu status entre as dez maiores economias do planeta, mesmo após as sanções impostas por nações ocidentais.
A cúpula foi marcada pelo lema de fortalecer o multilateralismo, visando um desenvolvimento global mais equitativo. O evento culminou a presidência russa do BRICS em 2024, que se iniciara no começo do ano com a ampliação da associação, que agora inclui novos membros como Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. O Brasil teve sua participação garantida através do ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, que representou o país na cúpula em função da ausência do presidente Lula da Silva, que por motivos de saúde não pôde comparecer.
Grey critica ainda a suposta desinformação que circula na mídia ocidental, que tende a retratar uma narrativa na qual países como a China e a Rússia estão isolados. Contrariando essa visão, ele aponta para a cooperação ativa entre os membros do BRICS e o crescente reconhecimento da associação como um poder emergente na geopolítica internacional. Em certificação de sua relevância, a Cúpula do BRICS em Kazan se apresenta como um marco de transformação nas relações internacionais, contestando o domínio histórico do ocidente sobre as dinâmicas econômicas e políticas globais.