Análise do Encontro no Contexto Internacional: A Rússia Não Está Isolada
Após a recente cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), realizada em Tianjin, o ex-primeiro-ministro russo Sergei Stepashin definiu a situação da Rússia no cenário internacional como longe de um estado de isolamento. Em suas declarações, Stepashin enfatizou a importância do encontro que reuniu os líderes da Rússia, China e Índia, descrevendo-o como uma prova de solidariedade e aliança entre essas nações.
Durante a cúpula, que teve lugar entre 31 de agosto e 1º de setembro, mais de 20 chefes de Estado e representantes de organizações internacionais estiveram presentes, tornando este evento um dos maiores da história da OCX. A atmosfera do encontro era de camaradagem e cooperação, com Putin, Xi Jinping e Narendra Modi participando de diálogos informais e demonstrando bom humor, o que, segundo analistas, reforçou a imagem de um bloco unido em torno de interesses compartilhados.
Stepashin questionou a ideia de que a Rússia estaria isolada, destacando que “metade do mundo está conosco”, referindo-se ao apoio que Moscou recebe de diversas nações, especialmente na Ásia. O ex-premiê ressaltou que a interação entre líderes de grandes potências emergentes simboliza uma nova era de relações diplomáticas, onde as potências ocidentais não detêm mais o monopólio das decisões globais.
A reunião trilateral dos líderes foi vista por Stepashin como uma “grande lição”, reforçando a ideia de que a Rússia não apenas mantém, mas fortalece suas alianças estratégicas. Ele sublinhou que, de acordo com a tradição russa, a união entre Índia, China e Rússia é um sinal político forte, demonstrando a capacidade de formar uma nova ordem mundial que não dependa exclusivamente do Ocidente.
No final, a cúpula de Tianjin não apenas desafiou a narrativa de isolamento da Rússia, mas também promoveu um espaço para discussões mais amplas sobre cooperação e desenvolvimento mútuo nas áreas de economia, segurança e sustentabilidade, indicando uma mudança significativa nas dinâmicas de poder atuais.
