Cuba denuncia EUA por plano de usar Guantánamo para prender migrantes deportados: “ato de brutalidade”, afirma presidente Miguel Díaz-Canel.



O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, qualificou como “ato de brutalidade” a recente decisão do governo dos Estados Unidos de usar a base naval de Guantánamo para abrigar migrantes deportados. Esta denúncia vem em meio a um anúncio da secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, que confirmara que os indivíduos deportados, cujos países de origem rejeitarem a readmissão, seriam enviados para essa instalação. O plano abrigaria um número estimado de até 30 mil deportados.

Díaz-Canel fez sua declaração através da rede social X, destacando que esta ação remete ao uso histórico da base de Guantánamo, que foi amplamente criticada por detenções arbitrárias e acusações de tortura. “Em um ato de brutalidade, o novo governo dos EUA anuncia o encarceramento na base naval de Guantánamo, localizada em território cubano ilegalmente ocupado, de milhares de migrantes que expulsa à força, colocando-os junto às conhecidas prisões de tortura e detenção ilegal”, enfatizou o presidente cubano.

Kristi Noem, por sua vez, defendeu que o governo de Donald Trump está “avaliando e debatendo” como utilizar os recursos federais para implementar essa medida ostensiva, que faz parte de uma série de ações para endurecer a política migratória americana. Essas ações incluem a promessa de Trump de realizar a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos, uma promessa feita durante sua campanha presidencial.

Além das críticas contemporâneas, a base de Guantánamo já foi alvo de controvérsias internacionais no passado. Ela foi utilizada para a detenção de indivíduos que os Estados Unidos classificaram como terroristas, gerando protestos e denúncias de violações de direitos humanos de diversas organizações. A situação acentua a demanda cubana pela devolução do território, que o governo de Havana considera como uma ocupação ilegal por parte dos EUA desde o início do século XX.

A proposta do governo americano de transformar Guantánamo em um local de detenção para migrantes deportados está, portanto, cercada de polêmica e resistência, tanto local quanto internacional, refletindo as tensões existentes entre Cuba e Estados Unidos.

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