Entre as modificações sugeridas por Mendonça Filho estão importantes mudanças na atuação das forças de segurança. Uma das propostas é permitir que a Polícia Militar realize investigações preliminares, uma medida que busca expandir o papel dessa corporação nas etapas iniciais de apuração de crimes. Também se propõe a execução de penas antes do trânsito em julgado, a definição de critérios para ampliar as atribuições da guarda municipal em segurança urbana, o endurecimento da progressão de regime para líderes de organizações criminosas e a criação de normas mínimas para a utilização da força policial em operações contra grupos criminosos que dominam determinados territórios.
O plano apresentado pelo relator prevê um calendário ambicioso, com a previsão de 16 audiências públicas e reuniões com prefeitos e governadores, visando uma ampla discussão sobre as propostas.
No entanto, a proposta gerou críticas. O deputado Jorge Solla (PT-BA) expressou preocupação em relação à ampliação do escopo da PEC, argumentando que o foco deve ser o Sistema Único de Segurança Pública, e não a vasta gama de temas relacionados à legislação penal e criminal. Em resposta, o presidente da comissão, Aluisio Mendes (Republicanos-MA), assegurou que todos os temas levantados serão debatidos, cabendo à maioria decidir os limites da proposta.
A audiência também fez uma pausa para homenagear Rui Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, assassinado em um ataque possivelmente motivado por organizações criminosas. Lewandowski aproveitou a oportunidade para anunciar que a Polícia Federal estaria à disposição do governo paulista e que um novo projeto seria encaminhado ao Congresso, com o objetivo de intensificar o combate ao crime organizado e garantir a proteção dos agentes de segurança.
Além disso, o ministro indicou que um esforço conjunto para aprovar um pacote de leis voltadas para a segurança pública deve ser realizado, ressaltando que há convergência em cerca de 90% dos projetos atualmente em tramitação.
Por fim, é importante mencionar que a PEC 18/25 atribui à Polícia Federal a responsabilidade por investigar crimes organizados, ambientais e milícias, sempre em harmonia com o Sistema Único de Segurança Pública. O ministro citou também iniciativas recentes, como a operação Carbono Oculto, que integrou diversificadas forças de segurança no combate ao crime.
Diante desse panorama, a proposta continua a ser objeto de intenso debate, com diferentes opiniões sobre a melhor forma de garantir segurança e justiça na sociedade brasileira.