É comum nos regimes democráticos encontrar personalidades que se acham acima de críticas, o que geralmente resulta em condutas narcisistas e prejudiciais. Essas atitudes acabam moldando os regimes políticos de acordo com as deformidades das pessoas que os compõem, causando danos às instituições e à sociedade como um todo.
Ditaduras e tiranias, por outro lado, não permitem críticas às suas instituições sagradas, já que seus líderes se sentem ameaçados quando confrontados. Essas formas de governo são paralisadas pelo medo de que suas fragilidades sejam expostas, o que revelaria a corrupção presente em suas estruturas.
Mesmo em países que se autodenominam democráticos, a liberdade de expressão pode ser cerceada em prol da chamada “ordem democrática” imposta por figuras públicas que buscam calar o contraditório a qualquer custo. As críticas à democracia em si não são exclusivas de regimes autoritários, como exemplificado pelo filósofo espanhol Antonio García-Trevijano Forte, que questionava a validade da democracia em seu país sem defender uma ditadura.
Se García-Trevijano estivesse vivo e observasse a democracia brasileira, certamente faria duras críticas ao sistema vigente. No entanto, é possível imaginar como ele seria retratado pela mídia e pelos intelectuais do país, que muitas vezes defendem a limitação da liberdade de expressão. A liberdade, fundamental para a democracia, está sempre vulnerável ao risco de ser aniquilada, e é essencial que estejamos atentos a qualquer tentativa de cerceamento desse direito fundamental para a manutenção de uma sociedade democrática verdadeira.
