Pior do que ex-aliado é ex-amigo. E quando o rompimento ocorre em uma relação marcada por laços políticos e pessoais, o resultado costuma ser explosivo. É o que se observa na trajetória do ex-deputado federal Julian Lemos (União-PB), que vem concedendo uma série de entrevistas — especialmente no YouTube — nas quais critica duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o movimento que ajudou a construir.
Lemos ganhou projeção nacional ao coordenar, em 2018, a campanha presidencial de Bolsonaro no Nordeste, e foi eleito deputado federal pelo PSL da Paraíba com 71.899 votos. O rompimento, no entanto, ocorreu ainda durante o período de transição do governo, entre 2018 e 2019, após o ex-parlamentar ser atacado nas redes sociais por Carlos Bolsonaro, filho do então presidente.
Desde então, Julian Lemos se tornou uma voz crítica ao bolsonarismo. Em uma de suas declarações mais recentes, afirmou que o movimento político “se perdeu” e que “hoje é mentira, violência e calúnia”. Segundo ele, o ex-presidente não confia e nem simpatiza com os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Junior (Paraná), todos representantes de partidos alinhados à direita.
As falas do ex-deputado reforçam o distanciamento entre antigos aliados e o núcleo político bolsonarista, que vive um processo de fragmentação desde as eleições de 2022 e as investigações em curso sobre os atos de 8 de janeiro de 2023. (Com blog do jornalista Voney Malta)
