Em setembro, a ONU já havia informado que mais de 700 mil pessoas haviam sido deslocadas internamente, quase o dobro do número registrado seis meses antes. A situação se torna ainda mais desesperadora com os recentes ataques a cidades fora da capital, Porto Príncipe, onde já existe uma considerável presença de grupos armados associados a uma aliança chamada Viv Ansanm.
Apesar de um pedido formal do governo haitiano para a criação de uma missão de paz e a prevenção de um colapso total da segurança, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou este plano. Em junho, um contingente de 400 tropas quenianas chegou ao país, mas até agora, a situação se deteriorou ainda mais, evidenciando a ineficácia das medidas tomadas.
As gangues não se contentam mais em focar suas ações apenas em alvos internos, como a polícia e estruturas governamentais; agora, também atacam veículos estrangeiros, o que poderia desencadear uma resposta internacional mais contundente. O país, que já enfrentava uma gravíssima crise sociopolítica desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, agora lida com um aumento sem precedentes das atividades das facções criminosas, que se dedicam a extorsão e sequestros.
A escalada recente de violência em Porto Príncipe, marcada por confrontos enquanto o primeiro-ministro Ariel Henry estava no exterior buscando apoio internacional, culminou em um estado de emergência na capital. A situação continua se desenrolando, com a população vivendo em um clima de constante medo e incerteza, à medida que as gangues assumem o controle de áreas cada vez maiores da cidade.