Crisis no Haiti: Mais de 10 mil haitianos fogem da violência de gangues em apenas uma semana, alerta ONU.

A situação no Haiti se torna cada vez mais crítica, com as gangues criminosas intensificando seus ataques e provocando um deslocamento em massa da população. Nos últimos dias, mais de 10 mil haitianos foram forçados a deixar suas casas em busca de segurança, conforme indicado por estimativas divulgadas pela ONU. Essa escalada da violência não apenas desloca pessoas, mas também agrava uma crise de insegurança alimentar em níveis alarmantes, à medida que os grupos armados se apoderam de terras agrícolas e bloqueiam rotas essenciais para o transporte de alimentos.

Em setembro, a ONU já havia informado que mais de 700 mil pessoas haviam sido deslocadas internamente, quase o dobro do número registrado seis meses antes. A situação se torna ainda mais desesperadora com os recentes ataques a cidades fora da capital, Porto Príncipe, onde já existe uma considerável presença de grupos armados associados a uma aliança chamada Viv Ansanm.

Apesar de um pedido formal do governo haitiano para a criação de uma missão de paz e a prevenção de um colapso total da segurança, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou este plano. Em junho, um contingente de 400 tropas quenianas chegou ao país, mas até agora, a situação se deteriorou ainda mais, evidenciando a ineficácia das medidas tomadas.

As gangues não se contentam mais em focar suas ações apenas em alvos internos, como a polícia e estruturas governamentais; agora, também atacam veículos estrangeiros, o que poderia desencadear uma resposta internacional mais contundente. O país, que já enfrentava uma gravíssima crise sociopolítica desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, agora lida com um aumento sem precedentes das atividades das facções criminosas, que se dedicam a extorsão e sequestros.

A escalada recente de violência em Porto Príncipe, marcada por confrontos enquanto o primeiro-ministro Ariel Henry estava no exterior buscando apoio internacional, culminou em um estado de emergência na capital. A situação continua se desenrolando, com a população vivendo em um clima de constante medo e incerteza, à medida que as gangues assumem o controle de áreas cada vez maiores da cidade.

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