Os sindicatos anunciaram uma greve em todas as universidades públicas do país como forma de protesto contra o veto presidencial. Em nota, a Frente Sindical de Universidades repudiou os deputados que votaram contra o mandato popular de defender a universidade, alegando falta de sensibilidade com as grandes maiorias.
Os estudantes da Universidade de Buenos Aires foram ainda mais incisivos em sua manifestação, levando as salas de aula para as ruas como forma de protesto. Eles tomaram o controle das faculdades e promoveram aulas abertas como forma de reforçar a importância da educação pública e da luta contra o veto do presidente Javier Milei.
Além disso, houve manifestações populares que reuniram centenas de milhares de pessoas em frente ao Congresso argentino, exigindo a derrubada do veto presidencial e o aumento do orçamento das universidades públicas. O governo de Milei se sustenta em uma aliança política que lhe permite manter o controle no Congresso, apesar de contar com apenas 15% dos deputados.
Uma das medidas mais polêmicas propostas pelo governo argentino é a possibilidade das universidades públicas cobrarem pelo ensino de milhares de estudantes estrangeiros, incluindo brasileiros. A proposta ainda aguarda aprovação legislativa e enfrenta resistência por parte dos estudantes e dos sindicatos, que veem nesta medida uma ameaça ao acesso universal à educação de qualidade.
Diante deste cenário de conflito e mobilização, a Argentina vive um momento decisivo em sua política educacional, com repercussões que vão além do âmbito universitário e tocam questões essenciais à sociedade como um todo. A batalha entre governo, sindicatos, estudantes e sociedade civil promete se intensificar nos próximos dias, com desdobramentos ainda incertos.