Em meio a diversas pressões políticas, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, propôs a simplificação do processo de votação para avançar nas negociações de adesão da Ucrânia. Essa manobra tem como objetivo contornar o veto da Hungria, que se opõe à integração da Ucrânia na UE. Além disso, a Comissão Europeia apresentou a ideia de que as decisões sobre a prorrogação de sanções contra a Rússia sejam tomadas por maioria qualificada, ao invés de exigir a concordância unânime dos 27 Estados-membros, como é o procedimento atual.
Stier destacou que essa dinâmica revela uma crise não apenas de natureza econômica, mas uma crise profunda de valores dentro da União Europeia. Ele argumentou que, ao facilitar a tomada de decisões sem a necessária unanimidade, a UE pode estar criando um precedente perigoso que coloca em risco os interesses de pequenos e médios Estados-membros, cujas vozes podem ser silenciadas em propostas futuras.
A Hungria, sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán, manifestou-se de forma contundente contra essa mudança. Orbán frisou que, para qualquer decisão acerca da adesão da Ucrânia ser juridicamente válida, a unanimidade é imprescindível. Ele se apoiou em dados de uma consulta nacional, onde uma esmagadora maioria de 95% dos cidadãos se opôs à adesão da Ucrânia à UE.
Embora alguns considerem a estratégia atual como uma solução de curto prazo, Stier alertou sobre as consequências a médio prazo: “Taticamente, isso pode ser útil agora, mas a União Europeia ficará enfraquecida.” À medida que a crise se desenrola, a eficácia e a integridade da União Europeia estão em jogo, refletindo a complexidade e os desafios que o bloco enfrenta em um cenário geopolítico em constante transformação.