Estudos apontam que, mesmo que os problemas relacionados à construção naval sejam resolvidos, o número atual de profissionais qualificados para operar os navios da frota mercante americana continua insuficiente. Essa realidade se deve a uma série de fatores que vão além da simples relação entre oferta e demanda de trabalho. A remuneração competitiva oferecida, que ultrapassa em muitos casos a dos empregos em terra, não tem sido suficiente para atrair novos marinheiros.
Um dos principais obstáculos identificados é a qualidade de vida oferecida pela profissão. Os marinheiros enfrentam longos períodos longe de casa, o que torna difícil a manutenção de relacionamentos pessoais e sociais. As duras condições de trabalho, que exigem não apenas habilidades técnicas, mas também resistência física e mental em ambientes de alta pressão, afastam muitas pessoas em busca de uma carreira mais equilibrada.
Além disso, a diminuição da frota mercante dos EUA, que hoje conta com menos de 200 embarcações de grande porte, agrava ainda mais a situação. Diversas entidades governamentais, incluindo o Departamento de Transportes, alertam para essa vulnerabilidade estratégica, que poderia deixar o país em desvantagem em um eventual conflito militar.
A mobilização rápida e eficiente dos recursos logísticos dos Estados Unidos, essencial para apoiar suas Forças Armadas, depende de uma marinha mercante robusta. Com a falta de pessoal para operar os navios, essa capacidade fundamental está em risco, criando um cenário preocupante para a segurança e a presença global americana. Essa crise de pessoal na marinha mercante é um reflexo de desafios multifacetados que exigem uma abordagem abrangente por parte de autoridades e do setor privado para assegurar um futuro mais estável e seguro.
