Em resposta ao escândalo, o governo suspendeu os serviços que realizavam os descontos indevidos. Porém, a saída de Lupi acendeu um alerta dentro do grupo governista, uma vez que seus passos desencadearam uma debandada de parlamentares do PDT, partido ao qual ele era filiado, colocando em risco a base aliada de Lula no Congresso. Ao assumir a pasta, Wolney Queiroz, também do PDT, enfrenta o desafio de restabelecer a confiança nesta área tão sensível.
Enquanto isso, a oposição, percebendo a fragilidade do governo, começa a explorar o escândalo como uma plataforma política. O senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, tem utilizado suas redes sociais para disseminar críticas ao governo, caracterizando a situação como uma “tragédia” para os aposentados. Com uma audiência de milhões, suas postagens repercutem intensamente, criando narrativas que se afastam da perspectiva governamental e intensificando a pressão política.
A cientista política Isabel Uchôa destaca que a saída de Lupi ocorre em um contexto maior, onde a oposição tentará capitalizar sobre essa crise, especialmente quando outros temas, como a proposta de anistia, parecem ter perdido força. Para o governo, essa situação é um alerta: a percepção negativa em relação ao seu desempenho continua a crescer, apesar de alguns avanços econômicos.
Um dos principais desafios que Lula enfrenta agora é refratar a comunicação política, buscando reverter a imagem negativa que cerca sua administração. A ministra Simone Tebet afirmou que o governo está comprometido em ressarcir os aposentados que sofreram com os descontos, com medidas já em andamento para restituir o que foi retirado indevidamente. Essa estratégia, segundo analistas, pode ajudar na recuperação da credibilidade do governo frente a um cenário de forte oposição. Lula, de volta ao Brasil, se vê em um momento decisivo, onde o sucesso de sua gestão poderá ser amplamente afetado por sua habilidade de navegar esse turbilhão político.