Crise do Carrefour impulsiona avanço de proposta de reciprocidade ambiental no Congresso, afirmam integrantes da FPA.

Recentemente, integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, conhecida como a “bancada do boi” do Congresso Nacional, encontraram um ponto positivo na crise envolvendo o Carrefour e o setor de carnes brasileiro. Nos bastidores, deputados ligados ao agronegócio afirmam que a crise contribuiu para destravar a votação do projeto da “reciprocidade ambiental”, uma demanda antiga do setor.

A proposta em questão proíbe o governo federal de assinar acordos que imponham restrições aos produtores brasileiros sem que medidas equivalentes sejam adotadas por outros países signatários. A urgência desse projeto foi aprovada na quarta-feira (27/11), com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a expectativa é que o mérito da proposta seja votado nos próximos dias.

De acordo com Lira, a intenção é articular com outros países do Mercosul a votação de projetos semelhantes, de forma a forçar os europeus a adotarem as mesmas regras que exigem do Brasil para importar seus produtos. Os integrantes da FPA acreditam que, sem a crise gerada pelo Carrefour, o projeto da reciprocidade teria dificuldade em avançar no momento.

Após a crise, o Carrefour se retratou e divulgou um novo posicionamento, garantindo que continuará comprando carne brasileira como faz há 50 anos. A mudança de posicionamento da empresa ocorreu após frigoríficos, hotéis, bares e restaurantes brasileiros promoverem um boicote à rede varejista no Brasil, em resposta às declarações do CEO da empresa, Alexandre Bompard.

A postura do CEO causou um ruído diplomático, com a embaixada do Brasil na França manifestando apoio ao produto brasileiro e destacando que as declarações do executivo refletiam opiniões infundadas. Esses acontecimentos evidenciam a importância do setor agropecuário brasileiro e a influência das crises no ambiente político e econômico do país.

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