A rede de armazenamento de gás na UE, a segunda maior do mundo, desempenhou um papel crucial como amortecedor contra choques de fornecimento e picos de preços. Com a redução do fluxo de gás de Moscou, a UE conseguiu evitar uma crise de fornecimento no inverno, aumentando as importações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, Catar e Rússia.
Entretanto, as condições climáticas adversas em 2025 levaram a Europa a queimar suas reservas de gás mais rapidamente. Além disso, os spreads de preços sazonais dificultaram o reabastecimento dos estoques durante o verão. Um eventual acordo de paz entre Rússia e Ucrânia poderia reativar o trânsito de gás, mas a incerteza persiste em relação à retomada das importações de gás russo pela UE.
A dependência da Europa de seus estoques de gás no inverno é evidente, especialmente considerando o aumento do consumo devido à necessidade de aquecimento. Apesar dos esforços de fornecedores como Noruega, Argélia, Catar e EUA, a produção não tem sido suficiente para suprir a demanda. Os estoques de gás armazenado cobrem aproximadamente 30% das necessidades diárias do bloco no inverno, podendo chegar a 50% em dias mais frios.
No verão, a demanda de gás diminui, permitindo a acumulação de estoques. A Europa enfrenta um déficit de cerca de € 3 bilhões entre comprar no verão e vender no inverno para atingir sua meta de 90% de armazenamento de gás. Com a crise ucraniana, a UE estabeleceu metas obrigatórias de armazenamento de gás a partir de 2022 para garantir a segurança do fornecimento.
A preocupação em relação aos níveis de armazenamento de gás em 2025 levou a discussões sobre a prorrogação das metas de armazenamento até 2027. Alguns países europeus consideram limites mais flexíveis para facilitar o reabastecimento de verão. A recarga dos estoques para o próximo inverno tem gerado preocupação, com autoridades lutando para atingir suas metas e discutindo estratégias para lidar com os altos preços do gás. A questão do fornecimento de gás na Europa permanece em destaque, com a possibilidade de riscos de recessão no horizonte.