Crianças que vivem perto de áreas verdes têm ossos mais fortes, revela estudo da Universidade de Hasselt, na Bélgica.



Crianças que vivem perto de áreas verdes, como parques, jardins ou florestas, têm maior probabilidade de desenvolver ossos mais fortes e saudáveis, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hasselt, na Bélgica, e publicado na revista científica JAMA Network Open.

O estudo, que é o primeiro do tipo, apoia evidências anteriores que indicam que adultos que vivem em áreas mais verdes também tendem a ter maior resistência óssea. Os pesquisadores analisaram 327 crianças com idades entre 4 e 6 anos e descobriram que aquelas expostas a mais espaços verdes num raio de 300 m a 3 km ao redor da residência apresentaram densidade mineral óssea significativamente maior.

Uma caminhada de cerca de dez minutos até um espaço verde com árvores altas ou arbustos foi associada a ganhos de densidade óssea equivalentes a meio ano de crescimento natural, entre as crianças que vivem nestas áreas. Além disso, as crianças que viviam em áreas mais verdes e a uma distância de 20 minutos a pé de um espaço verde alto tinham um risco 61% menor de ter baixos índices de densidade óssea.

Os resultados foram consistentes em ambos os sexos, mesmo tendo em conta uma série de outros fatores, incluindo peso, etnia, tempo diário de tela, suplementação vitamínica, consumo de laticínios, estação do ano, nível educacional materno e rendimento médio anual do bairro, todos os quais já se mostraram capazes de impactar na densidade óssea de uma criança.

Segundo os pesquisadores, o desenvolvimento do esqueleto humano na infância é crucial, pois estabelece uma base sólida para a saúde óssea futura. O osso é um tecido vivo que aumenta gradualmente em densidade no início da vida, atingindo o pico em meados dos 20 anos. Uma dieta nutricional equilibrada e atividade física, especialmente exercícios de levantamento de peso e resistência, são partes importantes para criar ossos fortes e densos que durarão o máximo possível.

As evidências sugerem que viver perto da natureza traz benefícios impressionantes para a saúde mental, cardíaca, imunológica e vascular. No entanto, alguns estudos descobriram que o tipo de espaço verde que uma pessoa está cercada é importante. O acesso à vegetação alta, como árvores, parece trazer mais benefícios.

Os dados utilizados no estudo provinham de um estudo local de coorte de nascimentos, que acompanhou a saúde dos pares mãe e filho durante os primeiros quatro a seis anos de vida da criança. A maioria dessas crianças eram ricas, de ascendência europeia, passavam uma ou duas horas diárias diante de telas e comiam pelo menos um laticínio por dia.

Os pesquisadores descobriram que espaços verdes com vegetações altas num raio de 500 metros da casa de uma criança estão associados ao aumento da densidade mineral óssea. Porém, se um espaço verde semelhante estiver a apenas 100 metros de distância, esse benefício não aumenta mais. O estudo não coletou informações detalhadas sobre a frequência e a duração do exercício ao ar livre, portanto o tempo de tela foi usado como base para o comportamento sedentário.

Assim, os pesquisadores sugerem que novas pesquisas sejam feitas para continuar investigando por que os espaços verdes podem trazer benefícios para a saúde óssea. Em resumo, o estudo destaca a importância de exposições precoces a espaços verdes residenciais para a saúde óssea durante períodos críticos de crescimento e desenvolvimento, com implicações a longo prazo.

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