Criança morre baleada durante ação da polícia, e população de Porto de Galinhas faz protesto

 

Foto: Reprodução Redes Sociais

A população de Ipojuca, no Grande Recife (PE), viveram um dia de protestos nessa quinta-feira (31), por conta da morte da menina Heloísa Gabrielle, 6, durante uma ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar. Vários grupos realizaram manifestações ao longo do dia. O clima invadiu Porto de Galinhas, onde está localizada uma das praias mais visitadas por turistas, e novos atos devem ocorrer hoje.

No final da tarde da quarta-feira (30), Heloísa foi atingida por um tiro no peito quando brincava na frente de casa da avó, na comunidade Salinas, em Porto de Galinhas. Testemunhas afirmam que a menina foi atingida por um tiro disparado por um policial militar. Moradores da comunidade relataram que os PMs entraram no local perseguindo um homem que estava numa moto e começaram a disparar na tentativa de fazer o suspeito parar. E que, nesse momento, a garota foi atingida.

A criança foi socorrida e levada para um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade de saúde.
PMPE alega que foi alvo de disparos

Em entrevista à imprensa local, o coronel Alexandre Tavares, diretor integrado especializado da PMPE, afirmou que o policiamento na localidade tem sido intensificado devido ao crescimento da “atividade criminosa” nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.

“Os militares que estavam na ocorrência só atiraram depois que tiros foram disparados contra eles. A viatura do Bope tem as marcas das balas. Só a perícia poderá dizer de onde partiu o disparo que atingiu a criança”, disse o coronel.

Durante os protestos, os moradores de Porto de Galinhas afirmaram que não houve troca de tiros. Eles alegam que os militares chegaram na comunidade e teriam atirado sem que tivessem sido alvo de disparos.
A polícia diz que houve um confronto entre polícia e traficantes da localidade. “Esses policiais fazem o que querem aqui nas Salinas. Não somos bandidos, somos trabalhadores”, reclamou um morador, que pediu para não ser identificado.

ATIVIDADES PARALISADAS – A localidade que vive de turismo e comércio foi obrigar a parar as atividades devido à onda de violência. Várias lojas, padarias, supermercados e outros estabelecimentos passaram o dia fechados. Muitos turistas não deixaram as pousadas e hotéis onde estão hospedados.

Moradores também estão evitando sair de casa temendo um confronto entre a polícia e manifestantes, e a população está com dificuldade para comprar alimentos.

REFORÇO NA SEGURANÇA – O governo do estado anunciou que cerca de 250 homens das polícias Militar e Civil seguiram para o litoral sul ainda na noite dessa quinta-feira. Foram mobilizados dois helicópteros e 70 viaturas.

O governador Paulo Câmara monitorou os protestos em Porto de Galinhas durante todo o dia, ao lado do secretário estadual de Defesa Social, Humberto Freire, e do comandante da PMPE, coronel Roberto Santana.

“Quero expressar minha solidariedade à família da menina Heloísa e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no litoral sul”, afirmou o governador.

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