Pesquisadores afirmam que a estrutura dos grupos neonazistas no Brasil é diversificada. Em alguns estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, essas células frequentemente adotam a hierarquia militar como modelo de organização. No entanto, muitos operam de forma descentralizada, utilizando fóruns online como principais canais de propaganda e recrutamento. Esses fóruns surgiram como um espaço seguro para a troca de ideias extremistas, longe do escrutínio das redes sociais convencionais.
O fenômeno não é recente, mas vem ganhando uma nova dimensão com a proliferação da internet. Os especialistas alertam que, embora a ideologia nazista tenha raízes anteriores à digitalização, a internet potencializou seu alcance e facilitou o contato entre simpatizantes. A presença mais marcante de neonazistas nas redes ocorre fora das plataformas tradicionais, em fóruns dedicados exclusivamente à promoção e à defesa de suas ideias.
Além disso, a adaptação da ideologia nazista ao contexto brasileiro é profundamente preocupante. Em vez de focarem apenas em “inimigos” globais, como o judaísmo, esses grupos foram capazes de identificar e vilipendiar populações específicas, principalmente nordestinos e negros, refletindo uma hierarquização racial particular que dialoga com preocupações locais.
Este cenário levantou um debate significativo sobre a necessidade de regulamentação da internet. Especialistas indicam que medidas são urgentes para proteger os jovens e as comunidades vulneráveis dessa onda de radicalização. A falta de controle rigoroso nas plataformas digitais permite que conteúdos extremistas circulam livremente, tornando cada vez mais difícil a proteção dos indivíduos contra essa influência perniciosa. A análise da situação se torna crucial para entender como a ideologia neonazista se reconfigura em solo brasileiro, e como a sociedade pode se mobilizar para enfrentar essa grave ameaça.







