As expectativas para 2026 eram claras: manter a espinha dorsal do time e adicionar algumas peças para competir em um nível ainda mais elevado. No entanto, o que parecia ser uma simples manutenção logo se tornou um cenário de reconstrução. A saída de Mateus Ribeiro desalinhou o lado direito da equipe, e a possível saída de Henry gerou apreensão. A situação no meio campo é ainda mais crítica, restando apenas Danielzinho como peça de confiança, enquanto no setor ofensivo, a incerteza sobre Thiaguinho e a polêmica entre Dada Belmonte e Pottker deixaram Mikael como o único titular assegurado.
A situação se torna ainda mais preocupante com o episódio envolvendo os jogadores Dada e Pottker, que levanta questões cruciais sobre os valores do clube. Se a gestão optar por minimizar incidentes disciplinares como mero “desgaste interno”, estará enviando uma mensagem perigosa: a de que comportamentos inadequados podem ser perdoados, minando a autoridade e o planejamento estratégico. Até o momento, houve apenas a antecipação de férias para alguns jogadores, sem que uma multa ou uma postura firme em relação à situação fosse comunicada ao torcedor. A comissão técnica e o núcleo interno da equipe observam atentamente os desdobramentos, enquanto o Conselho Deliberativo aguarda direções claras da diretoria.
Essa instabilidade coloca o CRB em uma encruzilhada. A responsabilidade financeira deve coexistir com estratégias esportivas assertivas. O presidente Mário Marroquim, que já provou ser capaz de conquistar títulos estaduais, agora enfrenta a pergunta crucial: qual legado ele deseja deixar? O clube precisa decidir se quer ser lembrado por sua quantidade de troféus locais ou por um passo significativo, como o acesso à Série A. As decisões tomadas nessa janela de transferências terão um impacto duradouro, revelando a verdadeira identidade que o CRB deseja adotar.
O torcedor que celebrou a firmeza nesta última temporada agora espera que 2026 comece de forma mais robusta do que o encerramento do ano anterior. Contudo, a realidade atual aponta em sentido contrário. Há ainda a oportunidade de ajustar o rumo, mas sem coragem para tomar decisões decisivas, qualquer filosofia de jogo se torna ineficaz. A pressão está sobre a gestão, e os próximos passos são cruciais para o futuro do CRB.









