CPMI do INSS Revela Esquema Bilionário de Corrupção em Sindicato Ligado a Aposentados e a Irmão de Lula

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS está no centro de uma controvérsia que expõe os possíveis crimes relacionados ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). Durante as audiências, o silêncio do presidente do sindicato, Milton Cavalo, não impediu o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar, de apresentar graves acusações. Gaspar descreveu o Sindnapi como uma “organização criminosa familiar” que, segundo as investigações, desfalcaram os aposentados e pensionistas em um montante aproximado de R$1,2 bilhão. Surpreendentemente, a Controladoria Geral da União (CGU) revelou que 96,8% dos aposentados não autorizaram descontos em suas aposentadorias para esse sindicato.

As denúncias não ficam restritas apenas ao desvio de verbas. Durante a sessão, Gaspar compartilhou uma série de mensagens de aposentados e seus familiares que alertavam sobre práticas irregulares dentro do Sindnapi. O relator ainda trouxe à tona documentos que evidenciam a divisão do dinheiro desviado entre os membros da liderança do sindicato, destacando a associação de Milton Cavalo com João Feio, seu antecessor falecido.

Esse escândalo envolve também instituições financeiras, como o banco BTG e a corretora CMW, que, segundo o deputado, participaram do esquema de forma ativa, investindo quantias significativas. Milton Cavalo, ao assumir a presidência do sindicato, nomeou seu vice, Frei Chico, irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levantando questões sobre possíveis conflitos de interesse.

Enquanto isso, o governo federal de Lula enfrenta novos desafios políticos. A recente derrota em relação à Medida Provisória do IOF, que não chegou a ser votada, respalda as tensões entre o governo e os partidos da base aliada. Claro que a crise se agrava, pois a pressão para evitar gastos excessivos é imensa. O governo, apesar de um déficit de arrecadação, não conseguiu articular apoio suficiente, mesmo com o envolvimento direto de Lula nas negociações. Além das ameaças de punições aos deputados que não colaboraram, o governo se vê cercado por dificuldades e uma oposição crescente.

Finalmente, a CPMI delibera sobre diversas questões, incluindo a possibilidade de convocação de figuras importantes ligadas ao esquema. Com o clima cada vez mais tenso, a situação se desenha como uma verdadeira batalha entre a ética e a corrupção no cenário político brasileiro, testando os limites das relações entre a base governista e a oposição.

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