Viana confirmou que a ideia, discutida em diálogo com o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, propõe que os depoentes possam firmar acordos de “delação premiada conjunta”. Esses acordos preveriam que as declarações fossem registradas não apenas na sede do STF e da Polícia Federal, mas também diretamente com a CPMI. Essa abordagem é relativamente nova no Legislativo, embora tenha sido testada anteriormente. Em 2023, durante a CPI do 8 de Janeiro, um modelo similar foi avaliado, condicionado à concordância do Ministério Público e à necessidade de homologação judicial.
Caso essa proposta seja implementada, ela tem o potencial de destravar colaborações que podem resultar em informações valiosas para o avanço das investigações em torno das fraudes no INSS. No entanto, o senador evitou detalhar quais seriam os primeiros delatores que poderiam se beneficiar desse modelo.
No dia seguinte, a CPMI dará sequência aos trabalhos ouvindo o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, também conhecido como “Careca do INSS”. Antunes é considerado um dos operadores do esquema investigado e, segundo informações da Polícia Federal, teria movimentado cerca de R$ 53,58 milhões provenientes de repasses de diversas entidades associativas e intermediárias. A defesa de Antunes já informou que ele responderá a todas as perguntas dos parlamentares, o que poderá contribuir para um maior esclarecimento sobre a magnitude das fraudes em questão e suas possíveis conexões. Essa audição promete ser um dos momentos-chave da comissão, diante da relevância das informações que poderão ser obtidas.