A instalação da CPI ainda é incerta devido às regras do regimento interno, que limitam o funcionamento simultâneo de no máximo duas CPIs, a menos que haja o apoio da maioria dos deputados. Maciel defende a necessidade da CPI diante da gravidade da situação na saúde, que resultou em mortes evitáveis por falta de assistência adequada.
De acordo com o requerimento, o DF registrou um recorde de 65 mortes de crianças com menos de 1 ano nos primeiros 60 dias de 2024. A situação dos hospitais, superlotados e sem capacidade de receber novos pacientes, resultou em internações inadequadas e demora na transferência para unidades adequadas.
O presidente da CLDF, Washigton Luiz (MDB), aliado do governador Ibaneis Rocha, inicialmente considerou precoce a instauração da CPI, preferindo focar em soluções para melhorar o atendimento nos hospitais. O Sindicato de Médicos do DF também apontou o agravamento da situação da saúde pública, que vem se deteriorando ao longo dos anos.
A crise na saúde do DF se agravou ainda mais com os altos índices de casos e mortes por dengue neste ano. A CPI proposta visa investigar as falhas de atendimento e gestão desde a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) em 2019, e abrangerá toda a rede pública de saúde do Distrito Federal.
Os problemas estruturais no Iges, responsável pela gestão de diversos hospitais e UPAs, levaram a um aumento significativo na fila de espera por consultas, exames e cirurgias, com relatos de falta de leitos e profissionais. O governador Ibaneis Rocha se pronunciou sobre o caso, destacando os investimentos realizados na saúde, mas reconhecendo a necessidade de mais ações.
A mobilização de profissionais de saúde e sindicatos em apoio à CPI evidencia a insatisfação com as condições de trabalho e a falta de recursos humanos nas unidades de saúde. Um protesto está marcado para a próxima segunda-feira, em frente ao Palácio do Buriti, em busca de soluções imediatas para a crise na saúde do DF.