Os principais responsáveis pelas investigações, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, são entidades cujo comando é indicado diretamente pelo Executivo. Este fator gera ceticismo acerca do que a CPI realmente conseguirá alcançar. Um alto funcionário do Ministério da Previdência Social, por exemplo, expressou a opinião de que a comissão não revelará nada que o governo já não saiba. Essa percepção reflete a natureza das instituições envolvidas e suas ligações com o governo federal.
Diante desse cenário, a expectativa é de que a CPI se transforme em um palco político mais do que uma plataforma de investigação séria. A oposição vê uma oportunidade de desgastar a imagem do presidente Lula, especialmente com as eleições de 2026 à vista, quando ele buscará a reeleição. O desgaste político, assim, torna-se uma estratégia relevante para os opositores, que têm se mobilizado para aproveitar ao máximo o espaço que essa CPI pode oferecer.
Reconhecendo essa dinâmica, o governo Lula tem se empenhado em formar uma base sólida dentro da comissão, buscando aliados para ocupar posições estratégicas, como a presidência e a relatoria. A articulação política tem sido intensa, dada a importância de assegurar uma maioria que possa respaldar as ações governamentais no seio da CPI.
Portanto, à medida que a população aguarda o desenrolar dessa investigação, a grande pergunta que paira no ar é se a CPI poderá, de fato, cumprir seu papel investigativo ou se se tornará apenas uma arena para debates políticos acalorados, sem resultados práticos. A resposta para essa questão ficará evidente nas próximas fases do processo legislativo e na condução das discussões em torno das fraudes no INSS.