CPI do Crime Organizado investiga esquema de venda de sentenças no STJ sob liderança do senador Eduardo Girão, apontando para uma suposta organização criminosa.

O senador Eduardo Girão, do partido Novo-CE, está tomando uma posição enérgica na luta contra a corrupção, ao solicitar a inclusão do esquema de venda de decisões judiciais na investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado do Senado. Em um movimento recente, o parlamentar protocolou diversos requerimentos com o intuito de convocar aqueles que estariam envolvidos na rede de advogados, lobistas e magistrados que estão sendo investigados pela Polícia Federal.

Girão acredita que a CPI possui um escopo amplo o suficiente para abranger as alegações de práticas ilícitas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em suas declarações, o senador argumentou que o esquema de venda de sentenças se assemelha a uma organização criminosa, operando por meio de contratos simulados de advocacia e consultoria, com o propósito de garantir decisões judiciais previamente acordadas. A gravidade das acusações aumentam com a menção de um assassinato que teria sido ligado ao caso, especificamente o do advogado Roberto Zampieri, cuja morte foi um ponto de partida para as investigações.

Dentre os alvos citados por Girão estão ex-chefes de gabinete que trabalharam com ministros do STJ, além de figuras chave como Márcio José Toledo Pinto, que atuou como assistente de diversos magistrados, e Andreson de Oliveira Gonçalves, um lobista descrito como o principal operador do esquema. Gonçalves, apelidado de “lobista dos tribunais”, é apontado como o epicentro das investigações da Polícia Federal, que revelam uma estrutura complexa de corrupção envolvendo a venda de sentenças no STJ e em cortes estaduais.

Além da convocação de indivíduos diretamente ligados ao caso, Girão também solicitou que a Polícia Federal forneça à CPI informações detalhadas sobre o esquema, incluindo relatórios de inteligência financeira que envolvem os suspeitos. Ele enfatizou a necessidade de transparência e justiça, à medida que o processo avança, e colocou em evidência a importância de se investigar a fundo essas práticas corruptas, que minam a confiança nas instituições judiciais. A expectativa é que a CPI traga à tona detalhes essenciais que possam ajudar a esclarecer a magnitude do problema e responsabilizar os envolvidos.

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