Segundo Laura Sito, Bobadra participou ativamente da organização das manifestações nos quartéis em Porto Alegre. Levando em consideração que ele é o autor do Dia do Patriota, a deputada apresentou vários documentos para que a CPI investigue a possível ligação do vereador com o financiamento do evento ocorrido em 8 de janeiro.
O documento foi protocolado na tarde desta sexta-feira e aguarda retorno da CPI. Nele, a parlamentar afirma que a proposição da efeméride em uma capital do país exige uma investigação criteriosa sobre as possíveis implicações jurídicas, políticas e sociais de tal lei, assim como a relação do autor com o episódio ocorrido em Brasília.
“A lei foi proposta em 15 de março, mais de dois meses depois dos atos golpistas, quando estes já estavam sendo investigados e os criminosos indiciados, sendo assim uma explícita apologia ao golpe e à violência contra a democracia. Cabe também o destaque que o propositor desta lei, o ex-vereador Alexandre Bobadra, é um notório apoiador do acampamento golpista em Porto Alegre, bem como utilizou suas redes para promover a mobilização para a ida a Brasília no dia 8 de janeiro, além de distribuir material com conteúdo falso e difamatório”, diz trecho do documento protocolado.
Vale ressaltar que em 7 de agosto, a Câmara de Porto Alegre promulgou o projeto que institui o “Dia do Patriota”. No entanto, a proposta tem enfrentado repúdio de parlamentares e ministros que pedem a revogação do texto. Alexandre Bobadra, autor da proposta, foi cassado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico e dos meios de comunicação.
Agora, cabe à CPI do Congresso Nacional analisar os documentos apresentados pela deputada Laura Sito e decidir se abrirá uma investigação para apurar a possível conexão de Alexandre Bobadra com os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro.