Durante o depoimento, a senadora Soraya Thronicke, do Podemos, levantou uma questão relevante. Ela indagou Rico sobre como ele enxerga a responsabilidade em relação a seu público, que inclui uma parcela significativa de menores de idade e pessoas em situação de vulnerabilidade financeira. A pergunta destacou um ponto crítico da discussão: a influência dos influenciadores digitais na formação de comportamentos e hábitos de consumo entre os jovens.
Rico Melquiades, ao responder, defendeu sua posição com base na figura parental. Ele afirmou que a responsabilidade de monitorar o que os jovens consomem na internet recai sobre os pais, e não sobre os influenciadores. Para ilustrar seu ponto, Rico compartilhou um exemplo pessoal, mencionando que cuida de seu sobrinho de doze anos e se preocupa em acompanhar o que ele acessa online. “Eu vejo tudo que ele consome na internet,” disse ele, enfatizando a importância do acompanhamento familiar.
O depoimento de Melquiades reflete a complexidade do cenário em que influenciadores operam, onde a linha entre responsabilidade pessoal e coletiva se torna tênue. A discussão na comissão também aborda a necessidade de regulamentação mais rigorosa na publicidade dirigida a adolescentes, especialmente em setores que podem impactar a saúde financeira e emocional dos jovens.
Essa CPI tem o potencial de não apenas examinar práticas ilícitas, mas também de promover mudanças significativas nas diretrizes que regem a responsabilidade dos influenciadores, visando a proteção dos públicos mais vulneráveis. O depoimento de figuras influentes como Rico Melquiades poderá servir de base para futuras legislações destinadas a proteger as faixas etárias mais jovens das armadilhas do consumo desenfreado e das apostas online.