CPI das Bets Rejeita Indiciamento de Celebridades e Encerra Investigação Após Sete Meses de Trabalho

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga atividades irregulares no setor de apostas no Brasil, tomou uma decisão surpreendente na última quinta-feira, ao rejeitar o relatório final que sugeria o indiciamento de influenciadores e empresários envolvidos com a promoção de empresas de apostas. A sessão, marcada pelo baixo comparecimento de parlamentares, culminou em uma votação apertada: 4 votos a 3 contra o parecer apresentado pela relatora, a deputada Soraya Thronicke.

Com a negativa, a comissão especializada, que atuou por sete meses, encerra suas atividades sem a concretização das ações que se propôs. O relatório de Thronicke incluía a recomendação de indiciamento para um total de 16 indivíduos ligadas ao setor, entre eles figuras conhecidas como as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra. Juntas, elas acumulam cerca de 75 milhões de seguidores nas redes sociais, o que intensificou o interesse público sobre o inquérito.

Os parlamentares que votaram contra o relatório argumentaram que as evidências apresentadas não eram suficientemente robustas para justificar as acusações propostas e que a CPI não deveria julgar individualmente os casos, mas sim focar em um entendimento mais amplo sobre as operações do setor de apostas. Por outro lado, os defensores do relatório alegaram que a recusa em indiciar os acusados representa uma falha em responsabilizar aqueles que poderão ter realizado ações lesivas ao público, especialmente em um mercado que cresce exponencialmente no Brasil e que carece de regulação adequada.

A situação levantou um debate acalorado sobre a necessidade de regulamentação no setor de apostas e a responsabilidade dos influenciadores na promoção desses serviços. Com o fim da CPI, a expectativa agora é de que o tema continue a ser discutido no Congresso, a fim de garantir uma maior transparência e proteção para os apostadores e a sociedade como um todo. Enquanto isso, as figuras envolvidas seguem com suas atividades, sem qualquer implicação legal imediata decorrente da investigação.

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