CPI das Bets do Senado foca em empresas autorizadas pelo Ministério da Fazenda, ignorando sites ilegais em investigação.



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas, instalada no Senado em 12 de novembro, tem direcionado seu foco para as empresas autorizadas pelo Ministério da Fazenda a operar no Brasil, enquanto ignora os cerca de 5,2 mil sites de apostas considerados ilegais pelo órgão. Até o momento, a CPI analisou 232 requerimentos e concentrou sua atenção em 16 casas de jogos, convocando representantes de 15 delas para depor.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, foi responsável pela maioria dos requerimentos apresentados. Em seus pedidos, algumas empresas inicialmente investigadas acabaram sendo chamadas apenas como testemunhas. Um exemplo disso foi a “Sportingbet”, que tem o jogador Marquinhos (do Paris Saint-Germain) como garoto-propaganda. Segundo Soraya, a audiência com a empresa seria essencial para obter insights sobre seu funcionamento.

Já o senador Izalci Lucas (PL-DF) apresentou requerimentos propondo a convocação dos representantes das casas de apostas como “especialistas”, em vez de investigados ou testemunhas. Essa abordagem contrasta com a situação das empresas cujos sites ilegais estão sendo retirados do ar pelo governo, devido à falta de autorização e práticas ilegais.

A Anatel tem enfrentado dificuldades para cumprir as medidas de retirada dos sites ilegais, pois, por não estarem licenciados, informações básicas sobre essas empresas e suas práticas são desconhecidas. Aspectos como a propriedade das empresas, localização, algoritmos utilizados, distribuição de prêmios e auditorias também são incógnitas.

Enquanto isso, a Fazenda está implantando mecanismos de controle e regulamentação para o grupo de 200 empresas licenciadas, visando garantir o cumprimento das regras de publicidade, prevenção ao jogo de crianças e adolescentes, e transparência nas operações. A necessidade de lidar com a regulamentação do setor de apostas, tanto legal quanto ilegal, tem se mostrado um desafio para as autoridades governamentais e para os órgãos de fiscalização.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo