Um dos depoentes que irá comparecer é o engenheiro Alvaro Maia da Costa, autor de um relatório técnico da empresa Modecom. O relatório, datado de 2021, abordou a análise geomecânica de cavernas de extração de sal-gema pela Braskem em Maceió, região que teve 15 bairros afetados pelo afundamento do solo. O relator, Rogério Carvalho, espera obter mais informações sobre o estudo realizado, como as condições dos fenômenos de deformação na área explorada pela empresa.
Outro depoimento agendado é o do engenheiro Roberto Fernando dos Santos Faria, da empresa Concrete Ltda. A empresa apresentou em julho de 2018 um relatório técnico sobre as estruturas localizadas próximas às minas de sal-gema. Segundo o relator, a consultoria indicou que os problemas estruturais identificados em casas e muros na região foram ocasionados por deficiências tecnológicas e falta de manutenção, e não estavam relacionados às atividades de mineração da Braskem. No entanto, estudos subsequentes comprovaram o contrário, apontando a responsabilidade da empresa na catástrofe ambiental.
O terceiro depoimento previsto é o do engenheiro de controle e automação Vitor José Campos Bourbon, um dos responsáveis por assinar um laudo da empresa Flodim. A empresa foi contratada pela Braskem para realizar exames de sonar e analisar a estabilidade e subsidência de cavernas de mineração em Maceió. Conforme apontado pelo relator, os exames não foram realizados conforme o necessário e as recomendações técnicas não foram seguidas.
A CPI da Braskem foi criada para investigar as consequências do afundamento do solo na região de Maceió, decorrentes das atividades de mineração da empresa. A comissão, presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), tem prazo de funcionamento até o dia 22 de maio, podendo ser prorrogado para aprofundar as investigações sobre os prejuízos bilionários e as milhares de vítimas na capital alagoana.