No entanto, dois votos em separado foram protocolados durante a reunião, divergindo da posição do relator. Os deputados Alfredinho (PT-SP) e Tarcísio Motta (Psol-RJ), juntamente com a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), questionam a decisão de não incriminar os responsáveis pela fraude. Eles responsabilizam os três acionistas de referência do grupo Americanas S/A, assim como os administradores das empresas de auditoria externa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes LTDA e KPMG do Brasil, além de instituições bancárias como Santander, Itaú e Banco ABC Brasil.
Enquanto Motta e Melchionna apontam os acionistas e demais envolvidos como responsáveis pelos problemas enfrentados pela empresa, Alfredinho discorda da “neutralidade excessiva” apresentada pelo relatório oficial. Ele se manifesta contra a ideia de que os acionistas são vítimas e não são efetivamente responsáveis pela saúde e gestão da empresa. Os votos em separado serão colocados em votação somente se o relatório oficial for rejeitado.
O relator, Carlos Chiodini, apresentou seu parecer no dia 5, sugerindo a criação de quatro projetos de lei para combater a corrupção e melhorar a governança corporativa em empresas privadas, como forma de prevenir fraudes. Ele afirmou que seria imprudente incriminar os responsáveis sem provas conclusivas, principalmente considerando que os inquéritos policiais ainda estão em andamento.
A CPI da Americanas busca investigar a fraude contábil que resultou em um rombo de R$20 bilhões na empresa varejista. A votação do relatório final é um passo importante para a conclusão dos trabalhos e a formulação de medidas para evitar a ocorrência de casos semelhantes no futuro. Agora resta aguardar a próxima terça-feira para conhecermos o desfecho dessa investigação.