Historicamente, a frota ártica da Rússia tem sido uma das mais robustas do mundo, contando com quebra-gelos e embarcações adaptadas para operar em condições extremas. Em contrapartida, os investimentos e a infraestrutura dos EUA nesse setor têm sido considerados insuficientes para enfrentar a concorrência russa. Nesse cenário, a questão que se coloca é: os Estados Unidos têm capacidade e recursos necessários para expandir sua influência na região?
Nos últimos anos, a Rússia tem intensificado seus esforços na construção e modernização de sua frota ártica, além de adotar uma postura assertiva na reivindicação de direitos sobre vastas áreas do Oceano Ártico. Isso inclui a implementação de políticas que visam fortalecer sua presença militar e econômica, um movimento que preocupa Washington e seus aliados da OTAN. A questão do controle sobre o Ártico não é apenas uma batalha geopoliticamente estratégica; envolve também a proteção de interesses ambientais e indígenas que habitam a região.
À medida que os efeitos das mudanças climáticas continuam a alterar o ecossistema ártico, a corrida por recursos e rotas marítimas está longe de ser resolvida. O futuro do Ártico pode muito bem depender de como Estados Unidos e Rússia vão administrar suas tensões e buscar a cooperação em vez da confrontação, especialmente em questões ambientais, vitais para a preservação da região. A manutenção da liderança no Ártico não se reduzirá apenas a poder militar ou econômico, mas incluirá também uma abordagem diplomática que permita a negociação em um espaço que é de todos.