Comparando com o início do ano, quando a taxa de pontualidade chegou a impressionantes 97,7%, o contraste é alarmante. Neste mês de dezembro, o índice despencou, ficando muito aquém da meta interna de 96%. A greve, provocada por desentendimentos em acordos coletivos e pela negativa em relação ao pagamento de uma gratificação natalina no valor de R$ 2,5 mil, contribuiu significativamente para a deterioração do serviço.
Para tentar contornar essa situação complicada, a administração dos Correios aguarda a aprovação de um empréstimo de R$ 12 bilhões de bancos públicos e privados. O plano de reestruturação em consideração inclui planos drásticos, como oferecer adesão a um programa de demissão voluntária para até 15 mil funcionários e o fechamento de cerca de mil agências em todo o território nacional. Além disso, a estatal busca ampliar parcerias com o setor privado, na tentativa de revitalizar suas operações.
Em meio a esse tumulto, as transportadoras privadas estão se beneficiando da situação, registrando um aumento significativo na demanda. Com uma participação de mercado que os Correios vêm perdendo, essas empresas de logística menores relataram um crescimento de até 54% no volume de encomendas, evidenciando uma verdadeira reordenação no cenário de entregas durante a época natalina. Pequenos negócios estão optando por soluções alternativas para garantir que seus produtos cheguem a tempo para os consumidores, conduzindo uma verdadeira “operação de guerra” logística em um esforço para atender à clientela e minimizar os impactos da crise dos Correios.
Neste cenário, a expectativa é de que, enquanto os desafios se intensificam para a estatal, o mercado privado continue a se expandir, revelando uma transição no setor de logística que poderá ter repercussões duradouras no futuro. A crise atual não apenas revela as fragilidades dos Correios, mas também destaca as oportunidades para empresas que estão dispostas a se adaptar e inovar.
