Correios Buscam Empréstimo de R$ 12 Bilhões com Tesouro Nacional, Acordo Inclui Reestruturação e Cortes de Gastos para Lucro em 2027

Na manhã desta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a estatal dos Correios apresentou uma proposta de empréstimo juntamente a um plano de reestruturação, ambos atualmente sob análise do Tesouro Nacional. O governo, segundo Haddad, não contempla, neste momento, a possibilidade de um aporte direto à empresa, reforçando a necessidade de uma avaliação rigorosa da proposta apresentada.

Durante a coletiva de imprensa, Haddad destacou que o Ministério da Fazenda está buscando a apreciação do Tesouro para garantir a viabilidade do projeto. “Estamos solicitando que a análise do Tesouro verifique a consistência do projeto e encaminhe o processo”, afirmou. A operação de empréstimo, que tem como objetivo captar cerca de R$ 12 bilhões, está sendo discutida com um consórcio de bancos formado por instituições renomadas, incluindo Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O ministro salientou que a taxa de juros proposta está dentro do limite de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), o que é considerado aceitável para essa modalidade de operação.

Segundo informações de fontes próximas às negociações, a expectativa é que R$ 10 bilhões sejam liberados ainda neste ano, enquanto o montante restante deve ser disponibilizado em 2026. A proposta inicial de um consórcio de bancos incluía uma taxa de juros de 115% do CDI ao ano, com um prazo de pagamento de 15 anos e um período de carência de três anos.

Entretanto, o socorro financeiro aos Correios está atrelado à implementação de um robusto plano de reestruturação que tenha como foco a redução de despesas e o aumento da receita. Para isso, a empresa planeja demitir 15 mil funcionários por meio de um plano de demissão voluntária (PDV), além do fechamento de mil unidades operacionais. Em um esforço para diversificar suas operações e elevar a receita, os Correios também cogitam parcerias com o setor privado.

Em negociações anteriores, um outro consórcio de bancos tinha proposto um empréstimo de R$ 20 bilhões com juros de 136% do CDI, o que foi prontamente recusado pelo Tesouro Nacional por não atender aos padrões estabelecidos. Com esse novo movimento, a expectativa do governo é encontrar uma solução financeira que não apenas estabilize a estatal, mas que também propicie um retorno ao lucro até 2027. A próxima etapa dependerá da avaliação e aprovação do Tesouro Nacional com o devido protocolo da proposta pelos Correios.

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