Nos meses seguintes, a propagação da doença foi exponencial. Em março, os números de infectados subiram rapidamente, com 4 mil casos e 112 mortes. Em dois meses, as cifras saltaram para mais de 58 mil registros positivos e mais de 4 mil mortes. Mesmo diante dessas estatísticas alarmantes, o governo federal, sob a liderança do então presidente Jair Bolsonaro, hesitou em implementar medidas efetivas de contenção, como o distanciamento social e o uso de máscaras. Essas iniciativas só foram adotadas formalmente em meados de março e, com isso, o Brasil começou a sentir as severas consequências da pandemia.
A criação do Auxílio Emergencial foi uma das respostas do governo para mitigar os danos econômicos provocados pelo fechamento de atividades não essenciais. Este programa foi crucial para milhões de brasileiros que ficaram sem renda. Além disso, outras iniciativas buscaram proteger o emprego durante a crise, permitindo a redução de horas de trabalho e a suspensão de contratos, sempre com compensações financeiras.
À medida que a situação se agravava, o sistema de saúde brasileiro, já fragilizado, enfrentou colapsos em diversas localidades. A capital amazonense, Manaus, foi uma das cidades mais afetadas, enfrentando uma grave escassez de oxigênio, levando a uma onda de ajuda internacional, incluindo doações significativas do governo da Venezuela.
Com a chegada das vacinas em 2021, o país começou a ver uma luz no fim do túnel. A imunização teve impacto significativo, levando ao controle da disseminação do vírus, embora novas variantes, como a P.1, tenham colocado desafios adicionais na resposta à crise de saúde. Contudo, os efeitos da pandemia são indeléveis: até hoje, o Brasil contabiliza cerca de 39 milhões de casos diagnosticados e a triste marca de mais de 715 mil vidas perdidas. Mesmo após a crise aguda, o vírus ainda circula, exigindo vigilância contínua e adaptação das políticas de saúde pública. A trajetória da COVID-19 no Brasil serviu como um alerta para a importância da rapidez nas respostas governamentais e da resiliência do sistema de saúde, além de destacar a necessidade de estratégias eficazes e solidárias em tempos de crise global.