A decisão de aumentar os juros em 1 ponto percentual foi unânime entre os nove membros do comitê, incluindo Gabriel Galípolo. Com essa elevação, a taxa Selic volta ao mesmo patamar registrado em agosto de 2023, porém, naquela época, o Copom estava realizando cortes nos juros do país.
Essa é a quarta elevação consecutiva dos juros no Brasil, seguindo os ajustes realizados em setembro, novembro, dezembro e janeiro. A nova taxa de 13,25% ao ano ficará em vigor nos próximos 45 dias.
O aumento dos juros tem como objetivo principal controlar a inflação, que tem se mantido acima do teto da meta estabelecida para 2025, que é de 4,5%. Em 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,83%, ultrapassando a meta e exigindo medidas do BC para conter a alta dos preços.
Segundo projeções do mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic continue sendo elevada nos próximos meses, podendo atingir 15% ao ano até o final de 2025. O Copom já prevê novos aumentos de mesma magnitude para as próximas reuniões, sinalizando uma postura firme na busca pela convergência da inflação à meta.
Essa decisão do Copom é reflexo do cenário desafiador no ambiente externo, especialmente em relação à política econômica dos Estados Unidos, que tem impacto direto sobre a economia brasileira. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, deixou inalterada a taxa de juros do país na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, em linha com as expectativas do mercado.
Além disso, com o Brasil em um momento de recuperação econômica, os indicadores de atividade e de mercado de trabalho têm apresentado dinamismo, porém, as projeções de inflação acima da meta indicam a necessidade de ajustes na política monetária. Assim, o Copom sinaliza que novas elevações da Selic podem ser necessárias para trazer a inflação de volta para patamares aceitáveis.
Em meio a esses desafios, o presidente Gabriel Galípolo terá que lidar não apenas com a pressão do mercado, mas também com as expectativas do governo lula e da base governista, que têm sido críticos em relação à condução da política monetária no país. A agenda do Copom para o ano de 2025 prevê diversas reuniões e divulgações para acompanhar de perto a evolução da economia e da inflação.