Enquanto em outros locais que sediaram conferências anteriores os reajustes nos preços não ultrapassaram três vezes, em Belém a situação é ainda mais alarmante. Essa realidade não apenas afeta os visitantes estrangeiros, mas também provoca críticas internas, dentro do próprio Brasil, onde há uma crescente insatisfação com a falta de controle sobre os preços. O Grupo Africano de Negociadores, por exemplo, exige ações concretas do governo brasileiro. Os representantes africanos consideram que as sugestões para a redução das delegações, apresentadas até o momento, são insuficientes frente à gravidade da situação.
Em resposta a essa crise, Corrêa do Lago informou que a Casa Civil está coordenando um grupo de trabalho destinado a dialogar com o setor hoteleiro, visando mitigar os preços excessivos. No entanto, o grande entrave se dá pela falta de uma legislação que coíba práticas abusivas de cobrança, o que deixa o Brasil em uma posição delicada. A possibilidade de sediar uma Conferência das Partes (COP) esvaziada, manchada por denúncias de exploração comercial, se torna uma realidade palpável se medidas eficazes não forem implementadas rapidamente.
Diante desse cenário, a expectativa é de que haja um esforço conjunto e decidido para garantir que a COP30 não apenas ocorra, mas que também se desenvolva de forma a ser acessível e representativa, respeitando a importância do evento para a discussão de questões tão cruciais para o futuro do planeta. A pressão está crescendo, e cabe ao governo brasileiro agir de maneira ágil para evitar que a imagem do país e, por extensão, a credibilidade da conferência, sejam comprometidas.