A medida surge em um contexto em que, na COP28, realizada em 2023 em Dubai, o famoso fruto amazônico estava liberado e até mesmo destacado em ações promocionais, como no caso do governador do Pará, Helder Barbalho, que foi filmado saboreando um sorvete de açaí durante o evento. No entanto, a precaução em relação à saúde pública parece levar a uma mudança drástica na abordagem para a próxima conferência.
O principal argumento por trás da proibição refere-se à potencial presença do Trypanosoma cruzi, um protozoário associado à doença de Chagas, no fruto do açaí não pasteurizado. A doença de Chagas é uma condição grave que afeta milhões de pessoas na América Latina e, em casos extremos, pode levar à morte. O risco de contaminação apresenta uma seriedade que justifica as preocupações expressas pelas autoridades envolvidas.
A decisão ressalta a necessidade de padrões rigorosos em eventos de tal magnitude, visando proteger a saúde dos participantes e minimizar os riscos relacionados à manipulação de alimentos. Além disso, a proibição do açaí reflete um dilema entre a valorização de produtos locais e as exigências de segurança alimentar em um cenário internacional.
À medida que Belém se prepara para receber delegações de todo o mundo, essa medida poderá gerar discussão sobre as tradições culinárias da Amazônia e a importância do açaí como um dos símbolos da rica gastronomia local. Contudo, as prioridades em relação à saúde pública e a segurança dos participantes provavelmente prevalecerão nesse debate. Com isso, o evento se torna não apenas um palco para diálogos sobre mudanças climáticas, mas também para reflexões sobre a cultura alimentar e suas complexidades nas dinâmicas globais.