COP30: Brasil sob pressão internacional por hospedagem inadequada em Belém e custos altos a menos de 100 dias da conferência climática.

Com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) se aproximando, o Brasil está enfrentando uma onda de críticas globais a respeito das condições logísticas para o evento, que ocorrerá em Belém.menos de 100 dias. A cidade foi escolhida por sua localização próxima à Amazônia, um ponto central nas discussões climáticas, mas a infraestrutura da região está gerando preocupações entre as delegações internacionais.

Em uma correspondência enviada às diferentes representações envolvidas, os organizadores da COP30 deixaram claro que não há planos para mudar a sede do evento, afirmando: “não haverá local alternativo, pois a COP30 não será transferida de Belém”. No entanto, o governo brasileiro enfrenta pressão crescente para encontrar soluções viáveis para os problemas de hospedagem. Até o momento, muitos representantes de países alertaram para a escassez de leitos disponíveis, bem como para os altos preços, que têm disparado em um cenário já tenso.

Embora o governo tenha realizado um mapeamento que inclui cerca de 53 mil opções de hospedagem, desde hotéis a navios de cruzeiro e aluguéis por plataformas digitais, a realidade é que os custos podem ser proibitivos para muitas delegações. Por exemplo, um apartamento comum foi anunciado por valores astronômicos, como R$ 1,4 milhão para os 11 dias do evento, enquanto um quarto no famoso Copacabana Palace apresenta tarifas de R$ 96 mil. Para mitigar o impacto sobre os países mais vulneráveis, o Brasil se comprometeu a oferecer pacotes a preços mais acessíveis, variando entre US$ 100 e US$ 600.

Dois navios de cruzeiro estão sendo preparados para servir como “hotéis flutuantes”, com o objetivo de ampliar a capacidade de acomodação, embora isso gere preocupações sobre o acesso e a integração dos participantes. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, admitiu que a questão da hospedagem tornou-se um “problema político” de relevância crescente.

A escolha de Belém como sede foi uma decisão pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a capital paraense como um espaço ideal para vivenciar a realidade amazônica. No entanto, o clima crítico se intensifica, especialmente entre setores como a indústria hoteleira local, que vê uma “campanha de desinformação” contra Belém. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Pará até ofereceu tarifas que variam de US$ 100 a US$ 300, em busca de reverter a percepção negativa.

Assim, enquanto o Brasil se prepara para a COP30, a necessidade de soluções logísticas eficazes se torna cada vez mais premente, refletindo não apenas os desafios da hospedagem, mas também a urgência de promover um evento inclusivo e representativo para todas as vozes envolvidas no debate sobre o futuro do clima global.

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